Os Aventureiros e os Piratas da Falésia

Vestiram os impermeáveis, colocando os capuzes na cabeça, e saíram para a rua, todos munidos com as lanternas. Daniel levava a que herdara do homem. Desta vez tomaram outra direção, mais para a ponta da Grota, para terem um melhor campo de visão de todo o panorama.
Passaram silenciosamente pela autocaravana mergulhada em escuridão e, cautelosos, aproximaram-se da berma.
Desceram cuidadosamente o caminho, cambaleando às vezes devido à força do vento. Cris levava os seus binóculos, lamentando-se por não terem visão noturna que lhe permitisse ver melhor no escuro já que a Lua se escondia por trás das nuvens. Não acreditava que alguém se atrevesse a sair durante a noite com aquele tempo, ainda mais a escalar a falésia, mas tinham de descobrir isso.
O iate encontrava-se mais longe, mas o seu holofote estava focado num ponto, mais para o Pontal da Águia.
Quase sem fôlego, ficaram a olhar para duas figuras escuras que iam descendo, amarrados a cordas e apoiando os pés na falésia conforme desciam.
— Caramba! Lá estão eles! Devem ser mesmo loucos para saírem com um temporal destes! — proferiu Daniel, sem conseguir desviar os olhos dos vultos na falésia.

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