Tó Jú estava a torcer para que João não voasse até à zona do aguadeiro, descobrindo o esconderijo de Cris. Sobressaltado, apercebeu-se de que os seus receios se concretizavam.
Valter entrara no recanto, pois percebera que o corvo voara para lá e se escondera atrás do aguadeiro.
Cris estremeceu ao vê-lo. A luz da lanterna iluminava-lhe as feições e o seu ar terrivelmente ameaçador fê-lo sentir um calafrio nas costas. O corvo da sua irmã estava em risco, aquele corvo que estava constantemente a pregar-lhe partidas sempre que tinha oportunidade. Um pássaro traquina de que ele gostava muito… Um elemento da família.
— Foge, João! — gritou e, sem hesitar, lançou-se sobre as costas do homem, tentando bater-lhe com a espada na cabeça. O homem virou-se ao som da voz e desequilibrou-se, deixando cair a arma, mas fincou as pernas e não caiu, debatendo-se com o rapaz que lhe dava murros onde calhava.
To Jú saltou para fora e empurrou um dos barris sobre ele, atingindo-o nas pernas e provocando-lhe uma queda aparatosa de rabo no chão, ao mesmo tempo que o corvo voou sobre ele e lhe arranhou o rosto.