Daniel sentou-se na cama, todo a tremer e abanou bruscamente a prima que se sentou de um salto, estremunhada. A rapariga ia para lhe dar um ralhete por a ter acordado daquela maneira rude quando a voz lhe morreu na garganta. Também ela escutava a voz de um homem.
Por momentos ficaram paralisados, sem saber o que fazer e o que pensar. Que fariam homens ali dentro? Bia lembrou-se subitamente que com o entusiasmo de verem o moinho por dentro não tinham fechado a porta à chave.
O rapaz desceu silenciosamente do beliche e ela imitou-o, depois de ter dado um piparote no bico de João para o avisar que devia ficar silencioso, sacrifício bastante grande para ele por sinal…
Deitaram-se no chão, junto ao início da escada e espreitaram cautelosamente para baixo. Vinha luz da cozinha e eles trocaram um olhar sobressaltado.
“Ainda falta muito?” – perguntava uma voz roufenha.