Lucas Cabral e o Segredo da Amazónia

Uma figura baixa foi-se aproximando das camas, sorrateira, olhando para todos os lados, cautelosa. Parou diante da cama de Lucas. Este remexeu-se. O medalhão muito brilhante saltou para fora da camisola do pijama.
O vulto debruçou-se sobre ele, com um brilho de cobiça a bailar-lhe nos olhos escuros. Contendo a respiração, estendeu a mão para o medalhão.
Alguém perto deu um ronco mais forte fazendo-o estremecer. Por momentos ficou hirto como uma tábua. Depois voltou a inclinar-se sobre Lucas.
Com as mãos a tremer acercou-se dele. Enquanto a esquerda pegava no cordão para o passar pela cabeça de Lucas, a outra agarrou no medalhão com força.
Um berro tremendo libertou-se da sua boca, ecoando no edifício silencioso. Caiu para trás com grande estardalhaço, acordando toda a gente.
Houve logo alguém que correu para o interruptor. A luz inundou a divisão, permitindo ver duas dezenas de rapazes, entre os onze e os treze anos sentados nas camas, esfregando os olhos, meio atordoados com a surpresa.
Ao lado da cama de Lucas, no chão e todo a tremer com dores, estava um rapaz de doze anos, magro, de rosto anguloso, cabelos e olhos escuros. Olhava horrorizado para a sua mão direita.
Lucas sentara-se com o coração a bater desordenadamente. Apanhara um susto tremendo, pois o intruso gritara-lhe aos ouvidos.

Comments are closed.