O Coelhinho Avarento

Mas, um dia, aconteceu uma coisa terrível!
Houve uma grande tempestade e choveu tanto, tanto, tanto que inundou as casas dos animais que ficavam perto do chão, de tal maneira que o Coelhinho Avarento ficou sem casa e pior, pensava ele, sem o seu mealheiro, pois este desaparecera com a inundação. Que azar!
O Coelhinho Avarento sentiu-se muito triste com aquela grande desgraça, mas os seus antigos amigos ofereceram-lhe casa e ajuda até ele voltar a ter uma casa dele. Ficou a morar por uns tempos na casa do Esquilo Maluco, que ficava no buraco de uma grande árvore.
Mas de cada vez que subia para a casa do Esquilo Maluco, logo descia aos trambolhões por ali abaixo, e ficava a ver estrelas e com a cabeça a andar à roda.
O Coelhinho Avarento sentia muito a falta da sua casinha, mas nunca se queixou.
E foi nessa altura, quando se viu sem nada, que o Coelhinho Avarento percebeu o mal que tinha feito. Por causa do seu tesouro, que afinal não era tesouro nenhum, nunca mais se interessara pelos seus amigos, mas eles continuaram a ser amigos dele. Agora sabia que o maior tesouro que se pode ter são os amigos que gostam de nós e que nos ajudam quando precisamos deles.
O Coelhinho Avarento ficou muito triste por descobrir isso, mas, ao mesmo tempo, também ficou feliz. Triste, porque estava arrependido do que fizera e por se ter afastado deles. Feliz, por ter feito a tempo aquela descoberta tão importante.

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